quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Os correios não me encontram


O banco está com dificuldade de me achar, fui saber ontem. Foi a primeira correspondência que recebi depois que mudei de endereço a dois meses e meio.
O engraçado é que um mês antes de me mudar eu atualizei meus cadastros de endereço, e o primeiro foi o do banco. Mais engraçado é que comuniquei aos Correios a minha mudança de endereço e a moça lá disse que esse serviço não estava funcionando, mas que os carteiros são bonzinhos e trariam a correspondência para o endereço novo. Acontece que aqui Os Correios não sabem quem eu sou, quero dizer, sabem,  mas não.
Eles não sabem distinguir Cláudia Barreto de Cláudia Baptista que na verdade são a mesma pessoa,  eu.  Aqui, só uma gente me chama de Cláudia Baptista,  pouca gente me chama de Cláu e quase ninguém sabe que eu sou a Barreto Baptista, porque Cláudia só tem aos montes, ou só eu?
Aí eu estava pensando que lá onde eu morava, nem precisavam colocar o endereço certo, às vezes vinha escrito Praça da Bandeira s/n,  muito longe donde eu morava, e a correspondência chegava. Chegava pra Claudinha Barreto, Cláudia Baptista... mas chegava. Ainda hoje se eu voltasse pra lá tenho certeza que seria assim. Lá, Os Correios me conhecem.
Um tempo atrás quando estive lá, passou na rua o mesmo carteiro de quando eu tinha minha dezena e unidades de anos. E eu perguntei: _Tem carta pra mim? E ele respondeu: _Hoje não.
Sei que tudo isso não quer dizer muita coisa pra muita gente, e que até está mesmo fora dos “conformes” dos dias de hoje, onde as cartas postadas em correio são geralmente cobranças, contas de água/luz/telefone/cartão de crédito/Internet, salvo algum saudosista não preguiçoso, assim como eu, que adora os envelopes com barrinhas coloridas verde/amarelo, vermelho/azul... e manuscrito! Mas a última cobrança da lista mudou tudo isso. É só um “clic” que a correspondência chega, donde deve e donde não deve chegar. Mas esse não é o assunto, acabei desvirtuando porque a razão que me faz escrever me incomoda muito.
Moro aqui há 19 anos e alguma coisa, trabalhei em três colégios, tenho filhos,  ainda trabalho em colégio público e as pessoas não sabem meu nome?
Aposto que se chegar uma correspondência do banco ou sei lá de onde nos Correios daqui com destino a Cláudia do Robertão ou ex-do ou Cláudia de Gustavo Polycarpo, com esforço mínimo do carteiro, eu receberia.

Não é culpa do carteiro. Eu até agradeceria! Pelo menos teria recebido antes a correspondência tão importante do tal banco que é igual às pessoas daqui.
Não sabem quem eu sou, mas sabem.


Isso me diz mal e muito.
Envelheço na cidade que não escolhi.


Cláudia - 24/09/2009 -


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