sábado, 13 de março de 2010

Por onde andam os imortais?




Hoje, 12 de março de 2010, estava agendada uma apresentação da AFL no restaurante Porto dos Galetos em homenagem ao imortal (mas morto),  grande poeta e pessoa a quem tive e tenho profunda admiração e respeito Sr. Isaísas Nunes.
Pois bem. O imortal daqui de casa não pode ir, então fui... não sou imortal e Deus me livre viver eternamente aqui, sou simplesmente a mulher maravilha, porque detrás de um imortal há sempre uma, alguns tem o privilégio de ter a Lucila também, mas prefiro acreditar que a Diana basta.
Então, como dizia, fui. De “beca” como em todas as apresentações - quantas? – levando um poema na bolsa com a intenção de prestar minha humilde, mas sincera homenagem e a vontade de bater um papo saudável, tomar um ar fresco que o calor está da gota e... o Porto dos Galetos estava fechado. 
Bem, o imortal daqui podia ter errado o local, pois o dia estava confirmado pelo presidente da Academia que encontra-se com ele todos los dias por la manãna.
Saí à procura dos imortais... linda, nem tão leve, nem tão solta, mas querendo estar.
Parti numa busca estranhíssima, perguntando a quem conhecia onde estaria acontecendo a homenagem ao Sr. Isaísas.
Primeiro pensamento: ... vou passar no churrasquinho do Teú para ver se encontro um certo imortal que está sempre por lá. Nada. E vestida como estou, naquele churrasquinho devo ter parecido piada.
Não desisti. Fui ao ou à churrascaria que não consigo nunca lembrar o novo nome, mas que era o antigo Espetão. Tinha música ao vivo, algumas pessoas sentadas, ventinho e até poderia ter ficado por ali, mas nem isso me convidava, queria estar onde deveria, com os imortais da Academia, homenagenado Isaísas.
Filho passou de moto com amigo e parou. : _Já acabou mãe?
_ Não achei ainda. Passa no Brasileiro da Silva e vê se estão por lá.
Filho voltou, nada lá também. Onde poderiam estar meu Deus?
Cansada de andar a pé, sentei na garupa do amigo. Eles achavam que poderia estar acontecendo no Piperonccine. Um lugar legal para isso também.
Cheguei e nenhum imortal.
Célia e banda se apresentando, um casal do lado de dentro e a “rapaise” do lado de fora bebendo, comendo, versando sobre sei lá o quê. Fui no ouvido do cantor e perguntei se ele sabia, levou um susto! “_ Não estou sabendo de nada, nem fui avisado.” Ele não é imortal, mas é poeta também. Corri pro ouvido de Célia, enquanto intervalo de voz. Nem tinha ouvido falar... sabia que dia 13 tinha uma homenagem da AFL ao dia internacional da mulher onde receberia um certificado e que o evento acontecerá(ria) no Porto dos Galetos, se não estiver fechado.
Até pensei em ficar. Gosto da música dela, há tempos não ouvia tocar, mas ficar ali sozinha? Demais pra gente daqui entender. E se eu começasse a dançar? E se eu quisesse cantar? Melhor sair de fininho... tentei, mas não deu. Gente é muito indiscreta, vira o rosto até pra olhar a sandália que está no pé. Será que gostaram?
Deepois dessa maratona, ainda não desisti. Passei pela rua da pensão Brasil, tem imortal que vez em quando fica por ali. Quem dera achasse alguém pra pelo menos não desperdiçar “a beca”, conversar um tanto, tomar quem sabe um vinho, cantar, dançar, viver a noite um pouquinho. Nada!
Nem queria vir pra casa, desaforo! Mas fazer o quê?
Subi as escadas bufando. De cansaço, indignação e lamento. Lamento por saber exatamente o que ouviria. “_ Ué, o que aconteceu?”
Acendi um cigarro e _Tem certeza que era hoje o dia? Não encontrei imortal em lugar nenhum da cidade, não é amanhã? “ _ É hoje, estive com o “imortal presidente” ontem e ele confirmou.”
Peguei o telefone e dei pro imortal daqui ligar pro imortal de lá. O que foi dito ao certo eu não sei, sou só a mulher maravilha, a Biônica está de férias.
Então, como confrades, se entenderam.
“_ mudaram a data pra não sabem quando...” foi o que ouvi.
...
É seu Isaísas, imortal mesmo é o senhor que me fez sair de casa para ouvir sua poesia (não que eu não quisesse sair, queria).
Agora estou eu aqui sentada, vestida, calçada com a sandália filmada, escrevendo sobre a noite que seria.
Agora entendo o espanto das pessoas que encontrei, as quais perguntei pela Academia, descrevendo os imortais mais populares e ninguém sabia.
Onde andam os imortais, ¿Qué hace la Academia?
Esta noche caliente, los inmortales, sólo que yo conocía.

Cláudia Barreto Baptista
Purabussa ventando

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