sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Atraso


Tia Dinda,
Já que você não quer atender o telefone vamos fazer o seguinte: quando for eu que estiver ligando darei três toques e desligo, depois mais dois toques e desligo e por último quatro toques que é pra você saber que sou eu. Fica assim como se fosse um "código de família", porque eu sinto falta de falar com você, de contar como vão João Vitor e Mariah, de conversar...
Se você não quiser atender ou não aceitar minha proposta eu entendo, mas não aceito ou vice-versa, tanto faz, que quase dá no mesmo. ficaria: eu aceito, mas não entendo.
Sabe tia, eu tenho tanta admiração por você, gosto tanto de ver o modo como você fala, gesticula, é tão bonito que eu sempre quis tentar ser meio assim, mas é muito difícil. As palavras que você usa são as mais rebuscadas e até mesmo quando está indignada é legal, acho que é aí que fica mais bonito.
Que besteiras estou dizendo, melhor, escrevendo.
Pareço uma criança observando, desejando ser como sua professora. Mas é que é tudo verdade.
Não sei se manderei "isso" pra você, mas queria muito que acreditasse no quanto eu gosto de você.
Somos diferentes? Somos.
Eu aprendi a passar por cima de coisas que só quem sente sente, só quem faz sabe e é por isso que sou insistente. Espero a poeira baixar pra retomar o caminho.
Houve uma época em que eu tinha medo de você, outra em que eu tinha raiva, outra em que eu fingia que você tinha morrido e mais uma porção de sentimentos que só quem sente sente. O melhor de tudo é no final descobrir que na verdade tudo é sentimento, coisa horrível seria se nada sentisse.
Não sei se fui uma boa filha, uma boa sobrinha, se sou uma boa mãe, mas sei que sou uma boa pessoa, assim como você sabe que também o é. Sabe o que mais? Não vou mais escrever. Há quem diga que a linguagem escrita é uma fonte de mal entendidos. Vá lá que você entenda ou não entenda o que tento dizer? Aí dá um quiproquó danado!
Acredite ou não (só cabe à você) essa canhestra criatura aqui quer muito continuar na sua vida e gosta e muito e mesmo de você.
Não queria ver você chorar, mas se é preciso chore!
Beijo,
Cláudia
10/10/2002

PS.: como podem ver esse texto foi escrito antes da "deforma ortográfica", então fica valendo os acentos, hífens e tudo o que o português do Brasil tinha direito... até erros!
- Cláudia - 13-02-09 -

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