...
Dia 24 de dezembro eu procurava manicure. Pintar as unhas, deixar as
mãos limpas, descansadas. Não encontrei manicure, quero dizer,
encontrei, mas só depois das 20h. Saí dali e do lado vi uma flor azul.
Desisti das unhas pintadas e fui até lá. Era linda!
A senhora da
floricultura estava trabalhando e chorando..."Tantas flores bonitas,
véspera de Natal e eu fazendo isso... Tem horas que eu preferia não
trabalhar..."
Fiquei ali parada, ouvindo sua fala, o estalo do quebrar dos talos, querendo a flor azul...
_Você pode me ajudar? perguntou ela.
_Como?!
_Eu não estou conseguindo fazer sozinha, quero que fique diferente, bem alegre, bem bonita...
Sem muito jeito, ajudei.
Ficou bonito o trabalho a quatro mãos. Cores vivas, cores de Natal para colocar no caixão.
A coroa de flores que não conseguia fazer sozinha era para a moça de 30 anos, filha da sua vizinha...
Que coisa mais triste!
...Quando eu morrer eu não quero coroas de flores, não quero!
Estarei morta e as flores também... Logo, ambas murcharão. Mas eu
gostaria que dessem uma flor viva, uma guirlanda, uma alegria a cada
amor meu.
A morte não precisa de enfeites. Quando enfeitada fica mais triste ainda.
...
E a flor azul hoje está murchando, olhei preocupada, que nada, uma nova está brotando! É linda!
Mora agora aqui em casa.
Comprei.
Cláudia - 01/01/2009 - 09:35h
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