terça-feira, 30 de outubro de 2012

... Dia 24 de dezembro eu procurava manicure. Pintar as unhas, deixar as mãos limpas, descansadas. Não encontrei manicure, quero dizer, encontrei, mas só depois das 20h. Saí dali e do lado vi uma flor azul. Desisti das unhas pintadas e fui até lá. Era linda!
A senhora da floricultura estava trabalhando e chorando..."Tantas flores bonitas, véspera de Natal e eu fazendo isso... Tem horas que eu preferia não trabalhar..."
Fiquei ali parada, ouvindo sua fala, o estalo do quebrar dos talos, querendo a flor azul...
_Você pode me ajudar? perguntou ela.
_Como?!
_Eu não estou conseguindo fazer sozinha, quero que fique diferente, bem alegre, bem bonita...
Sem muito jeito, ajudei.
Ficou bonito o trabalho a quatro mãos. Cores vivas, cores de Natal para colocar no caixão.
A coroa de flores que não conseguia fazer sozinha era para a moça de 30 anos, filha da sua vizinha...
Que coisa mais triste!
...Quando eu morrer eu não quero coroas de flores, não quero!
Estarei morta e as flores também... Logo, ambas murcharão. Mas eu gostaria que dessem uma flor viva, uma guirlanda, uma alegria a cada amor meu.
A morte não precisa de enfeites. Quando enfeitada fica mais triste ainda.
...
E a flor azul hoje está murchando, olhei preocupada, que nada, uma nova está brotando! É linda!
Mora agora aqui em casa.
Comprei.

Cláudia - 01/01/2009 - 09:35h 

Nenhum comentário:

Postar um comentário